Todo 7 de julho é dia de celebrar o Dia Mundial do Chocolate. Ou seja, é um ótimo pretexto para esbanjar na hora da sobremesa e deixar qualquer culpa de lado. Afinal, um alimento milenar, que surgiu como elixir oferecido aos deuses, nem deveria ter consumo restrito, não é verdade?
A relação da humanidade com os derivados do cacau já data três mil anos e começou no México, país onde os primeiros cacaueiros foram plantados pelos povos olmecas.
Não há muito mais detalhes sobre as origens, mas há uma aura mítica a respeito do papel do cacau na cultura da América Central. Segundo os maias, os deuses teriam sido os primeiros a consumir o alimento, servindo de estímulo para que os homens de carne e osso fizessem o mesmo.
Em meio aos mistérios do chocolate, uma coisa é devidamente constatada: as bebidas achocolatadas existiam desde VI antes deCristo. Atualmente, são quase incontáveis as formas que consumimos o chocolate. Em pó, em barras, líquido, compondo receitas culinárias simples ou sofisticadas, em formato de bombom, dentro de milk-shake.
O negócio é que o chocolate é ingrediente de felicidade no dia de milhares de pessoas - muitas viciadas, aliás. Os chamados chocólatras: na privação do doce, chegam até passar mal. Em uma breve pesquisa com chefs de restaurante, outra constatação de que chocolate é mesmo um astro de brilho próprio: as sobremesas mais vendidas são as preparadas com ele.
E sobremesa é o que não falta. Muitos doces clássicos são feitos com ele. Musse, brigadeiro, trufa, chocolate quente, foundue, dacquaise, bolo, torta floresta negra.
Mas nem sempre o chocolate foi tão acessível quanto nos dias de hoje.
Somente com a Revolução Industrial, o alimento nobre teve sua comercialização ampliada; já não era coisa somente da elite. Manteve o prestígio, porém, e a aura de mistério que o envolvia desde o surgimento. Daí em diante, as possibilidades não pararam mais.
No mercado contemporâneo, a Suíça é um ícone na produção e no consumo. Algumas das marcas mais famosas são fabricadas no país, que também figura como o que mais consome o doce. Por ano, os suíços consomem quase nove quilos. A Alemanha vem em seguida, com oito quilos por ano por habitante.
CACAU NO BRASIL
De acordo com o ícone da confeitaria mundial, Pierre Hermé, em seu livro “Larousse do Chocolate”, as primeiras sementes de cacau chegaram ao Brasil pelo sul da Bahia no século XIII, região que oferecia as condições climáticas ideais para a cultura do fruto: quente e úmida.
Rapidamente, formaram-se extensos cacaueiros, levando o local ao pódio de principal produtor do País - chegou a 400 mil toneladas ao ano. Além da Bahia, os estados do Pará e Rondônia também têm produções interessantes.
Entretanto, a produtividade baiana caiu drasticamente para 160 mil toneladas por conta da praga vassoura-de bruxa, da concorrência de outros países e da falta de investimentos no setor, caindo para a 5ª posição do ranking produtivo.
AS CORES DO CHOCOLATE
Cada país aplica uma classificação própria para enquadrar os diversos tipos de chocolate, mas de modo geral, os principais tipos são:amargo, ao leite, branco e rosa. Quanto aos dois últimos, algumas observações.
A versão branca do doce provoca uma polêmica danada, afinal de contas, a matéria-prima essencial para um chocolate ser considerado chocolate é a massa de cacau - completamente ausente nesse tipo, que é elaborado com manteiga de cacau, aquela mesma dos bastões hidratantes para lábios, por exemplo.
Já a variação rosa, ao contrário do que se possa pensar, tem a tonalidade natural, sem acréscimo de colorantes extras. E é considerada a grande descoberta das últimas pesquisas do setor.
Recente também. É a primeira inovação desde a década de 1980. Patenteado pelo grupo suíço Barry Callebaut, o Ruby é chamado de o 4º chocolate e foi lançado em 2017 em um mega evento na cidade de Xangai, na China. O Ruby leva amêndoas de um dos três tipos de cacau - trinitário, crioulo e forastero - sem qualquer alteração genética, garimpadas na Costa do Marfim, Equador e Brasil.
POLÍTICA E BRIGADEIRO
O docinho mais popular das festas infantis tem DNA brasileiro. O brigadeiro é criação relativamente recente, data da década de 1940, durante uma campanha presidencial. Ao menos, essa é a versão mais contada até hoje.
A mistura de leite condensado, chocolate em pó e manteiga teria surgido quando mulheres vendiam a sobremesa durante os comícios do candidato à presidência, o brigadeiro da Força Aérea Eduardo Gomes. Aquela também foi a primeira eleição em que mulheres puderam exercer o voto.
FILMES: CHOCOLATE É O PROTAGONISTA
“A Fantástica Fábrica de Chocolate”
(Charlie and the Chocolate Factory, 1971)
A busca por um bilhete premiado, que dá direito a uma visita a uma fábrica de chocolate dos sonhos, a Wonka, é o pontapé da trama que ganhou remake de ninguém menos que Tim Burton, em 2005. O filme vasculha e alimenta o mundo de fantasias infantil, é repleto de cores, açúcar e até algumas situações amargas - trazidas do problemático universo dos adultos. É o tipo de filme que parece não envelhecer.
“Como Água Para Chocolate”
(Como agua para chocolate, 1992)
Sob direção do mexicano Alfonso Arau, o roteiro traça uma ligação entre prazer, sensualidade e desejo a partir da impossibilidade de dois personagens viverem seu romance plenamente. O filme tornou-se tão popular que tem até restaurante homônimo em Santiago, no Chile
"Chocolate"
(Chocolat, 2000)
Juliette Binoche protagoniza uma mulher independente e nômade, que finca moradas temporárias levando sua filha pequena pelo mundo. Em uma pequena cidade parada no tempo, ela sofre com o preconceito pelo seu status de mulher sozinha e por, ao abrir uma chocolateria, proporcionar prazer aos moradores a partir do doce. Aliás, na vila, que devotada temência a Deus, prazer era considerado pecado e merecia punição. O final da trama é surpreendente
LIVROS SOBRE O TEMA
“Chocolate - Uma saga agridoce preta e branca”
de Mort Rosembllum (Editora Rocco)
“Enciclopédia do Chocolate”
de Frédéric Bau (Editora Senac)
“Floresta, cacau e chocolate”
de Luiza Olivetto e Diego Badaró
(Editora Senac)
"O espírito do Chocolate Ladurée"
de Julien Christophe, Serge Gleizes e Vicent Lemains (Editora Senac)
“Larousse do Chocolate”
de Pierre Hermé (Larousse)
ONDE COMER COISAS COM CHOCOLATE
Fautless
Avenida Santos Dumont, 588, Graças.
Informações: 3213.0840
Emília Malta
Avenida 17 de Agosto, 789, loja10, Casa Forte. Informações: 3127.3945
Sniff Brigadeiro e Café
Avenida Santos Dumont, 458, Aflitos.
Informações: 3038.2055
Kopenhagen
Shopping Recife, RioMar, Tacaruna, Plaza Casa Forte e Aeroporto dos Guararapes. Informações: www.kopenhagen.com.br
The Brownie Factory
Shopping Recife, RioMar, Patteo, Caruaru Shopping e no Pina.
Informações: www.thebrowniefactory.com.br
Delikata
Avenida 17 de Agosto, 656, Casa Forte.
Informaçõe: 3038.0606
Motche Bistrô
Rua Silveira Lôbo, 294, Poço da Panela.
Informações: 3072.7870
Café KM
Avenida Conselheiro Aguiar, 1360, Boa Viagem.
Informações: 99465.5531
Boleira das Marias
Endereços no site
www.boleriadasmarias.com.br
Casa dos Doces
Endereços no site www.casadosdoces.com
Cake & Bake
Shopping Recife.
Informações: 3039.3330
Docecleta
Rua do Chacon, 82, Poço da Panela.
Informações: 3071.8770
Agradecimento à Confitaria Cake & Coffee, onde foram produzidas todas as fotos da matéria e vídeo sobre o tema para o portal FolhaPE. A Confitaria fica na rua Dona Ada Vieira, 61, Santana. Informações: 3877.3533
Fonte: Folha de Pernambuco
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